terça-feira, 27 de maio de 2008

VICTOR


Meu amigo Victor - acho q nunca disse que passei (a) mar mais a vida quando conheci você. Temos cinco anos de odisséia e sempre foi uma vida a percorrer nossos nascimentos. Uma vida, graças a sua coragem de me buscar e nunca me deixar sozinho com meus problemas.


Quero hoje lembrar de sua generosidade. Quero hoje deitar minha memória nos ombros de Ulisses e encontrar o caminho da reminiscência.


É natural esquecermos o passado, ou quando não, ser displicente pela pressa dos compromissos, pela arrogância das ruas engarrafadas. Talvez pela pressa de trocar a roupa e ir ao trabalho.


O amigo que me defendia ao menor desentendimento. O amigo que me chama de poeta para me dar força. O amigo que nunca me deixou sem ver os melhores concertos do universo. Que me fez descobrir o verdadeiro sentido de jogar futebol. O amigo que me ligava todos os dias e pedia por mim em oração. O amigo que me dava conselhos pra não fazer feio diante do mundo. O amigo que me ensinou como se ama as mulheres.


O amigo que organizou um curso de literatura pra mim. O amigo que eu chamava de Orfeu e recitava poesia em voz alta. Que me fazia refletir sobre a amizade. Que foi Neruda nas viagens. Que dividia comigo cada passo seu. Que me ensinou que livros podem ser guardados no coração. Que organiza festas de despedidas. O amigo que me apresentou José Ingenieros. O amigo que me presenteou com Montaigne. O amigo que me levava às suas aulas. Que ouvia os meus conselhos. Que fechava os olhos nos concertos. O amigo que nunca demorou em chorar na minha frente. Que me consolava ao perder amores. O amigo que era bonito na foto e fora da foto. Que não fazia reservas para fazer amizades. O amigo que me levava pra beira do rio e lia o texto mais bonito. Que é alegre como uma casa de praia. O amigo que se preocupava com aminha aparência. Que escrevia epopéias numa dedicatória. O amigo que passou em primeiro lugar na prova de intercambio do instituto Goethe. Que é bolsista do mestrado da PUC. O amigo que é mais poesia que a poesia que escrevo. O amigo que mora na rua da minha memória esquina da soledad. O amigo que aumenta suas historias com sua vontade de amar...


O amigo que flana nas ruas do mundo.


Que não importa onde esteja estará sempre ao meu lado.


Eu nunca esquecerei sua amizade para lembrá-lo que nasci – alem do ventre materno – de sua alegria de viver




sexta-feira, 9 de maio de 2008

Regras para André (em peixe-boi)


1. Procurar orquídeas no mato.

2. Rachar lenha.

3. Ascender a lareira e ficar olhando o fogo.

4. 1 garrafa de vinho aos sábados.

5. Olhar as mulheres.

6. Acariciar o próprio corpo.

7. Fumar charutos e não cigarros

8. Comer fruta pão.

9. Passar a língua nos lábios

10. Um dia de silencio

11. Usar calça de veludo

12. Cachecol.

13. Ler poesia para passarinhos.

14. Abraçar árvores

15. Escrever os sonhos

16. Ouvir Bach

17. Andar a cavalo

18. Deitar na relva

19. Espalhar frutas pela casa.

20. O melhor sabonete no banheiro.

21. Observar os cabelos das pessoas.

22. Dançar na frente do espelho

23. Caminhar de uma a outra cidade

24. Andar descalço

25. Usar chapéu aos domingos

26. cozinhar

27. Poesia em voz alta.

28. Apaixonar-se por uma dançarina

29. Chorar no banco da praça.

30. Comprar flores do menininho

31. Cuspir nos cadilaques

32. Poesia na areia

33. Jogar flores no rio e fazer um pedido.

34. Dançar tango

35. Ver o dia nascer

36. Apaixonar-se pelo crepúsculo

37. Rasgar alguns livros.

38. Comer sempre a luz de velas.

39. Ser amigo.