terça-feira, 2 de setembro de 2008

Casa Vazia



Permanece aqui, teu

não

Cravado a ferro e flor

diante do que a respiração não sana.


Precisar de mãos é pouco,

é pouco precisar de fogo e pão.


Correr é muito pouco diante da separação.


Será preciso mudar de país,

devolver as fronteiras à imaginação,

recolher o que ficou pelas bordas dos ossos.


Retornar a infância pra esquecê-la,

recorrer ao atalho pela ausência.


Expulsar os demônios pelo sótão e

ainda ter forças para arrumar as malas.


Já não me pertenço para amá-la.


Agradeço as traças que foram fieis

aos passos.

Ao ver asas no bafio

do que ficou velado.


Pois partir já não posso.

Não assim,

com a morte entre as vísceras.