terça-feira, 2 de setembro de 2008

Casa Vazia



Permanece aqui, teu

não

Cravado a ferro e flor

diante do que a respiração não sana.


Precisar de mãos é pouco,

é pouco precisar de fogo e pão.


Correr é muito pouco diante da separação.


Será preciso mudar de país,

devolver as fronteiras à imaginação,

recolher o que ficou pelas bordas dos ossos.


Retornar a infância pra esquecê-la,

recorrer ao atalho pela ausência.


Expulsar os demônios pelo sótão e

ainda ter forças para arrumar as malas.


Já não me pertenço para amá-la.


Agradeço as traças que foram fieis

aos passos.

Ao ver asas no bafio

do que ficou velado.


Pois partir já não posso.

Não assim,

com a morte entre as vísceras.



6 comentários:

Milena Marília disse...

o começo tá genial!

o "não" de ladinho no texto gera uma dualidade sonora!


abração!!!!!

Samir Raoni disse...

É sempre muito bom ver esse corpo de baile se mecher na dualidade dos sentidos poéticos.

Terno abraço,

Samir Raoni

oavessodaletramorta disse...

Que belos traços semânticos, sobre a tentaiva de reter momentos que já foram, de tentar fazer da poerização um corpo vivo.

Consgui fazer o meu blog. eheh
Por favor, frequente-o.
Abrços!

Anônimo disse...

Magnifico!

Julia Pereira disse...

Ola...
Vi seu comentário no meu blog, gostaria de agradecer e dizer o mesmo do seu...cada um mais lindo e intenso que o outro.
Parabéns!!!
Esse texto de muitas formas me tocou e me fez enxergar o que vivo e o que há em mim.
Perfeito!
Beijos

Anônimo disse...

Saiba, que entrei aqui pela metade... do rosto. Parabéns, muito boa escrita! Abração!!!