sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Elogio da distancia (Paul Celan)


Na fonte dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na fonte dos teus olhos
o mar cumpre a sua promessa.

Aqui, coração
que andou entre os homens, arranco
do corpo as vestes e o brilho de uma jura:

Mais negro no negro, estou mais nu.
Só quando sou falso sou fiel.
Sou tu quando sou o Maximo de mim.

Na fonte dos teus olhos
ando a deriva sonhando o rapto.

Um fio apanhou um fio:
separamo-nos enlaçados.

Na fonte dos teus olhos
um enforcado estrangula acorda



2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Que distância percorremos em sonhos?
Que ausência consome à quem espera?
No delírio, tudo se alcança.