
No rio de minha cidade
não há nada alem
da correnteza.
Esse rio furtivo
Escuro
traz em suas entranhas
todo o álibi do mundo.
Sob suas pontes
os bois bailam
rugem e golpeiam
enquanto levam água
para os que têm sede.
As borboletas
encontram sua cor
ao repetir a luz do amanhecer.
Sorve-lo é afrouxar a marcha.
Mergulha-lo é tirar pedras do sapato.
Coisa leve é ser o rio
espalhar pétalas pelo aquário
sem temê-las
cair com elas.
No rio de minha cidade
não há nada alem
do sorriso de uma criança.
Um comentário:
Simples e no leito. Parabéns, tá ótimo!
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