quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Sede


No rio de minha cidade
não há nada alem
da correnteza.

Esse rio furtivo
Escuro
traz em suas entranhas
todo o álibi do mundo.

Sob suas pontes
os bois bailam
rugem e golpeiam
enquanto levam água
para os que têm sede.

As borboletas
encontram sua cor
ao repetir a luz do amanhecer.

Sorve-lo é afrouxar a marcha.
Mergulha-lo é tirar pedras do sapato.

Coisa leve é ser o rio
espalhar pétalas pelo aquário
sem temê-las
cair com elas.

No rio de minha cidade
não há nada alem
do sorriso de uma criança.




Um comentário:

Anônimo disse...

Simples e no leito. Parabéns, tá ótimo!