domingo, 11 de janeiro de 2009

Borrasca


O inverno leveda nossa casa:
temos muito calor
lá fora faz frio.

A casa não luta
apenas nos conduz a fechar-se entre cortinas.

Simplificando o cosmos
na reserva da intimidade.

A casa existe sobre o tempo,
vencendo estações na eletricidade do abraço.
Um corpo que se ergue
na ânsia de ser percebido,
enquanto se espraia no maravilhar-se pela música.

Chove dentro de sua alta fantasia,
sob seu ventre,

no interior de seu semblante adormecido.

A paz sendo um corpo,
a cisterna sendo a própria chaminé.

No silencio do quarto
a própria voz se aperfeiçoa.
Na concha entreaberta do inverno
sua respiração já é sinfonia.

É doce naufragar na casa.
Sonhar telhas encontrando asas na neve
e poder sorrir sem exibir os dentes.




2 comentários:

Michelle disse...

I'm not a nudist, nor do I speak the language... but I wanted to say hello and let you know I was here!

~Michelle
http://givingtree2009.blogspot.com/

Mariana Botelho disse...

Vim seguindo o rastro do Adriano Nunes, e me deparei com um belo lugar.

bonita poesia, moço.

até.

Mariana